No contexto da sustentabilidade empresarial, o pilar Gestão de Riscos do IFRS S1 representa o elo entre estratégia e ação.
É ele que garante que os riscos ambientais, sociais e de governança sejam identificados, monitorados e controlados com o mesmo rigor aplicado aos riscos financeiros.
Na prática, esse pilar transforma a sustentabilidade em um processo de gestão contínuo e mensurável, e não apenas em um conjunto de boas intenções.
A NBC TDS 01, que adapta o IFRS S1 ao Brasil, define que as empresas devem divulgar seus processos e políticas de identificação, avaliação e priorização de riscos relacionados à sustentabilidade, informando se e como esses processos estão integrados à gestão de riscos corporativos.
A NBC TDS 02, por sua vez, amplia essa exigência para riscos climáticos físicos e de transição, reforçando que a gestão deve ser baseada em dados verificáveis e parâmetros objetivos.
Índice
1. Identificar os riscos certos
O primeiro passo para uma gestão eficaz é identificar quais riscos ESG podem afetar as perspectivas da empresa.
Esses riscos podem envolver:
- Ambientais, como escassez de água, poluição, desmatamento ou emissões de carbono;
- Sociais, como práticas trabalhistas, saúde e segurança, e relacionamento com comunidades;
- De governança, como falta de transparência, corrupção e não conformidade regulatória.
O IFRS S1 recomenda que a identificação seja feita considerando toda a cadeia de valor, desde fornecedores até clientes e parceiros — o que amplia a responsabilidade da empresa sobre os impactos diretos e indiretos.
2. Avaliar e priorizar com base em materialidade
A norma estabelece o conceito de materialidade financeira, segundo o qual só devem ser reportados os riscos e oportunidades que podem razoavelmente afetar os fluxos de caixa, o custo de capital ou o acesso a financiamento.
Isso evita relatórios extensos e genéricos, focando naquilo que realmente influencia as decisões dos investidores e stakeholders.
Como orienta o IFRS S1, a empresa deve usar informações “razoáveis e verificáveis”, sempre com base em evidências, não em percepções.
3. Monitorar continuamente e agir preventivamente
A NBC TDS 01 exige que as organizações divulguem os processos e controles internos usados para monitorar riscos de sustentabilidade.
Isso inclui a frequência de revisão, os critérios de priorização e a forma como os dados são integrados às decisões estratégicas e financeiras.
O objetivo é sair do modelo “reativo”, em que o risco é tratado apenas quando ocorre, e avançar para uma postura preventiva e resiliente, com indicadores e planos de contingência previamente estruturados.
4. Conectando risco, governança e estratégia
Os relatórios de sustentabilidade baseados no IFRS S1 devem mostrar como a gestão de riscos ESG se conecta aos outros três pilares: Governança, Estratégia e Métricas.
Uma boa governança sem monitoramento contínuo não é eficaz; uma estratégia sem controle de riscos não é sustentável.
Por isso, o IFRS S1 posiciona a gestão de riscos como o pilar operacional que dá suporte à credibilidade de toda a estrutura de contabilidade ambiental e estratégia corporativa.
O pilar Gestão de Riscos transforma o ESG em resultado mensurável e estratégico.
Aplicado corretamente, ele ajuda as empresas a antecipar impactos, reduzir vulnerabilidades e fortalecer sua resiliência, demonstrando ao mercado que a sustentabilidade é parte do modelo de negócio — não apenas um discurso institucional.
Sua empresa já possui um processo estruturado de gestão de riscos ESG? Fale com a equipe da Contabilidade Ambiental e descubra como alinhar suas práticas às normas IFRS S1 e S2.




